Por detrás dos meus óculos de sol sou invisível. Com os 'phones' nos ouvidos e o ipod quase no máximo não existo para o mundo, são como que uma barreira que me isola, que me proteje. Com eles ninguém me vê, porque os olhos esses espelhos da alma estão escondidos; com eles nada oiço, senão as melodias da banda sonora com que decido acompanhar o momento; e com eles vejo apenas o que quero ver, como observadora imparcial de vidas alheias. Não estou aqui, com os meus óculos de sol e o meu ipod não estou aqui. Fugi, para as profundezas do imaginário humano caminhando pelos lençóis de alma lavados, fugi. Não sendo mais do que mera visitante neste mundo distante que ouso complemplar. Observo, comento, relato e imagino a vida daqueles que por mim passam sem se darem conta de que não estou lá. Escondo-me por detrás deste muro que não quero que o olhar distante transponha, isolando-me do desconhecido incerto que ameaça o meu conforto. São o meu porto de abrigo, os meus óculos de sol, quando nuvens escuras surgidas do nada ameaçam os meus sentidos, e são o meu retorno seguro a 'casa' quando nada mais consola além da solidão.
Há dias em que sair de casa sem eles é simplesmente impensável...
Há dias em que sair de casa sem eles é simplesmente impensável...
Sem comentários:
Enviar um comentário