sábado, 17 de outubro de 2009
...
Sinto-me tão longe de tudo, longe até de mim. Longe da terra, longe do chão como que uma alma que flutua sobre um corpo vazio. Como que uma alma que observa mas não consegue interagir, como que um corpo vazio que não consegue sentir. Sou um sopro perdido nos ventos de uma tempestade e o barco que se tenta manter à deriva. Sou tudo, e depois sou nada. Sou eu, e depois não sei quem sou. Tudo é estranho e tão distante, nada parece real. Como um filme rodado em vida em vez de tela, filme que ao rodar faz doer todos os ossos deste vazio. Não penso para não sentir, e por isso não falo. Mas sinto sem pensar e doo sem falar. Vou lutando contra a maré na tentativa de agarrar mais um sopro de ar, mas o peso é demasiado e não me consigo soltar destas amarras. Estou sufocada mas respiro. Estou encharcada mas faz sol. Sou completa mas roubaram-me peças deste puzzle. Tenho o coração preso na garganta, e mesmo que queira não consigo proferir um som (mesmo que Tu queiras ouvir, mesmo que tu me peças..e a tua mágoa por isso só me faz doer mais, achares que brinco com o que de mais tenho em conta). Sei onde estou mas procuro-me, porque me perdi, porque não me encontro...
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário