segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Nesta manhã não consigo dormir mais...

Há tanto para dizer que nem sei por onde começar, tantos pensamentos enrolados neste mar tumultuoso que nem sei por onde navegar. Se começar a escrever escrevo até à eternidade. Se começar a escrever escrevo até as mãos parar, escrevo até adormecer e depois ao acordar. Quero dizer o que não quero, quero falar do que não falo. E por isso falo de nada, e falo de tudo ao mesmo tempo sem nada dizer. Deixo os dedos acariciar as teclas com a força das palavras, deixo-os falar por mim à sua vontade. Mas sem nada dizer. Porque se dizer o castelo de cartas desmorona-se e desfaz-se na areia. Porque se falar caio, sem saber se no teu abraço ou nas pedras do chão. E por isso não falo e não escrevo. Nesta manhã não consigo dormir mais. A cabeça está pesada demais, dor de sono ou solidão. Não sei. Sei que todos os dias são iguais aos demais. E todos os rostos indiferentes. Sei que voar é qualidade dos anjos, e sonhar dos homens. Mas seria bom voar... As mãos pararam. As obrigações do dia apoderaram-se dos meus pensamentos, e já nem a música que oiço faz entrar o seu sentido. Tenho que ir....

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